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O PANORAMA DO MERCADO DE CLIPAGEM

No setor de alimentos para frigoríficos, todos os detalhes são imprescindíveis para se obter segurança, qualidade, higiene e cumprir com as demais normas exigidas.

Atualizado em 16 Novembro 2022
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Na parte de selagem ou clipagem de produtos cárneos, as indústrias frigoríficas brasileiras contam com ótimas opções, que além de tradição estão continuamente investindo em tecnologia. Entrevistamos alguns representantes desse segmento para falar sobre o mercado e o que oferecem.
O Gerente de Tecnologia e Engenheiro de Alimentos da www.polyclip.com.br , Fernando Baldini, contou-nos um pouco sobre a história da empresa e o que a mesma oferece. “A Poly-clip System completou em 2022, seus 100 anos de existência. No Brasil, está presente desde 1971, se dedicando na produção de máquinas, grampos e laços para as indústrias de alimentos, química, entre outras. Existem inúmeras aplicações na indústria frigorífica, cujo fechamento da embalagem ou envoltório primário é realizado adotando a tecnologia de grampeamento. Entre elas, o acondicionamento de aves e seus cortes, os cortes bovinos e suínos, carnes moídas, embutidos diversos tais como: mortadelas, patês, salames, linguiças, copas, fiambres, presuntos e similares, produtos de pescados, petfood, caldos, sopas entre vários outros. Fornecemos equipamentos manuais, semiautomáticos e automáticos de grampeamento, além de linhas completamente automatizadas para grampeamento, pendura e carga de carros de cozimento/defumação em estufas (FCHL+ASL-R). Há também, a linha de equipamentos especiais chamados de TSCAs, os quais formam e selam longitudinalmente uma tripa a partir de um filme plástico plano e grampeiam automaticamente as extremidades das peças, sendo estas etapas feitas em um único equipamento conjugado. Este processo gera uma série de benefícios, como uma produção contínua de alta produtividade, menor mão de obra, menor contaminação microbiológica, melhor controle do processo, qualidade e uniformidade final do embutido”.
O Supervisor de Vendas da Lorenzo Barroso, Hector Perez Mart, explica que a empresa em que atua dispõe de uma vasta gama de máquinas com base nas necessidades do cliente para cobrir desde os pequenos fabricantes até aos dedicados à grande indústria. “Além de máquinas, fabricamos mais de 800 referências de grampos e laços para a grande maioria das máquinas existentes no mercado”.
O Diretor Comercial da www.maxiclip.com.br , Mauro Augusto Saling, conta um pouco sobre a empresa e o que ela oferece. “Desde 2004, a Maxiclip atua no mercado de grampos contínuos destinados à fabricação de produtos embutidos como salame, mortadelas, carne moída, patês, entre outros. Também produzimos dois modelos de máquinas clipadoras automáticas. O modelo Alfa que tem capacidade elevada de produção, possuindo dois funis de alimentação para receber a embalagem de forma tubular, esta máquina atende frigoríficos de médio e grande portes com produtos embutidos de até 110mm de calibre. Já o modelo Beta é um equipamento menor, que atende agroindústrias e frigoríficos de pequeno portes com produtos embutidos de até 85mm de calibre.

Dicas na hora de escolher um equipamento
Como em qualquer segmento, na hora da compra de um equipamento, é preciso ter atenção a certos detalhes. Saling explica o que considera como muito relevante. “Antes de adquirir uma máquina clipadora é importante que o cliente repasse informações de produção e de produto para o fornecedor alinhar suas necessidades à funcionalidade da máquina. Elementos como tripa e embutideira implicam diretamente na regulagem da máquina, e é necessária esta troca de informações para que a máquina esteja de acordo com o produto a ser produzido”.
Marti também concorda que é preciso que os compradores expliquem as suas demandas. “É muito importante analisar previamente o que eles precisam e possíveis projeções para o futuro, para garantir que lhes ofereçam os equipamentos mais adequados de acordo com suas necessidades”.
Baldini comenta sobre o tema. “Na hora de adquirir uma grampeadora, o produtor, além de verificar cuidadosamente as características principais que um equipamento deve abranger (qualidade dos materiais utilizados na sua construção, design higiênico, robustez, performance comprovada, fechamento preciso, produtividade, facilidades operacionais, baixos custos de manutenção, disponibilidade de peças de reposição e assistência técnica qualificada) é de suma importância ter em mente a necessidade de uma perfeita integração entre a máquina, os grampos e laços a serem utilizados no processamento. O fornecimento das máquinas, grampos e laços proveniente de uma única fonte, garante ao cliente esta melhor adequação e uma produção com um mínimo de problemas e interrupções”.

Vida útil dos equipamentos
Ao adquirir uma máquina ou equipamento, toda empresa quer que vida útil da mesma possa ser grande e para isso, seguir algumas dicas fazem uma grande diferença. “Para garantir uma vida maior, é essencial tanto limpar a máquina, evitando que resíduos permaneçam nela e a danifiquem, quanto trocar as peças com maior desgaste quando recomendado na mesma, podendo assim prolongar sua vida útil para 25 até 30 anos”, explica Marti.
Para aumentar a vida útil de máquinas e equipamentos, o Diretor Comercial da Maxiclip cita a manutenção preventiva e mais alguns cuidados. “Todo e qualquer equipamento necessita de cuidados no seu uso e na sua conservação. Além da manutenção preventiva, manter a máquina lubrificada e higienizada é essencial para prolongar a vida útil do equipamento, além de trazer mais confiabilidade à sua produção”.
O Gerente de Tecnologia e Engenheiro de Alimentos da Poly-clip também fala sobre como aumentar a vida útil dos equipamentos. “Sem dúvida, todos os equipamentos Poly-clip são produzidos seguindo as normativas específicas de segurança operacional e de higienização da CE para equipamentos destinados a indústrias de alimentação. As grampeadoras automáticas também atendem às normas locais de segurança (NR12) e vêm de encontro com a melhor ergonomia para minimizar esforços dos operadores. Além disso, dimensionamento estrutural correto nas espessuras das chapas metálicas, na qualidade e a escolha dos materiais críticos das peças de desgaste como matrizes, estampos, separadores, eixos, braços entre outros são cuidadosamente estudados a fim de garantir uma vida longa de trabalho de nossos equipamentos. Sistemas de lubrificações centralizados e automáticos programáveis vêm de encontro a ampliar a vida útil dos equipamentos. A qualidade do grampo influencia diretamente o desempenho do equipamento no fechamento das embalagens e será responsável direto pelo seu desgaste e consequentes despesas de manutenção”.

Evolução no segmento
Apesar da tradição ser importante, em todas as áreas é necessário seguir evoluindo e nesse segmento não é diferente, por isso, inovações mais eficazes, seguras e higiênicas sempre são lançadas, como explica Baldini. “A grampeadora dupla automática e os grampos contínuos foram desenvolvidos pela Poly-clip no final da década de 50. Como pioneira neste seguimento, a empresa tem investido continuamente em desenvolvimento de seus equipamentos e acessórios. Isto se comprova através das mais de 1000 patentes registradas pela empresa. Nestas últimas décadas, a evolução da eletrônica foi sendo incorporada aos seus equipamentos. Novas exigências tornaram as máquinas mais higiênicas, mais automatizadas e de fácil operação e manutenção. Dotadas de novos sistemas separadores mais eficientes (extremidades dos embutidos mais curtas e limpas) e novos desenvolvimentos nos formatos e no revestimento externo dos grampos (grampos R-ID - Safe- Coat ®) garantem um fechamento mais seguro e com menor desgaste dos equipamentos, uma vez que seu fechamento é mais eficiente sob uma pressão menor de grampeamento. Com uma menor pressão de grampeamento, também foi possível aumentar consideravelmente a velocidade dos equipamentos, aumentando a produtividade da operação. A automação dos processos de grampeamento, pendura e carga das gaiolas de cozimento/defumação (linhas de equipamentos FCHL e ASL-R) tem se tornado cada dia mais usual, vindo de encontro com as necessidades de uma maior padronização, aumento de produtividade e minimizar os esforços dos trabalhadores”.
Sailing também comenta sobre a evolução dos produtos. “Nos últimos anos, a tecnologia empregada nas máquinas vem evoluindo. O avanço da eletrônica nas máquinas automáticas, permite um maior controle do processo de produção e do produto, aumentando a qualidade, a segurança e a padronização das peças produzidas”.
O Supervisor de Vendas da Lorenzo Barroso concorda que nas últimas décadas ocorreu uma grande evolução nesse segmento. “Sim, evoluíram muito, principalmente o nível da segurança e desempenho, o que permite otimizar os processos na grande indústria”.

Leis e fiscalização
Em relação às leis que regem este segmento quanto ao seu rigor, cumprimento e fiscalização, Marti afirma que considera importante que as máquinas tenham o selo ou certificado de qualidade correspondente e que cumpram com as normas de segurança correspondentes.
O Diretor Comercial da Maxiclip comenta sobre a fiscalização. “Os órgãos reguladores da segurança têm olhado para os equipamentos de produção com mais atenção para diminuir acidentes de trabalho, e a Maxiclip possui a mesma preocupação, nossas máquinas atendem todas as normas de segurança da NR-12 vigente no Brasil”.
O Gerente de Tecnologia e Engenheiro de Alimentos da Poly-clip System também comenta sobre esse importante assunto. “Todo e qualquer equipamento destinado para a área frigorífica ou alimentos em geral deve seguir projetos de fabricação com diretrizes estritas nos aspectos de higiene, segurança dos operadores e pessoal de manutenção e ergonomia. Nossos equipamentos automáticos e semiautomáticos são produzidos na nossa matriz na Alemanha e seguem as normativas de construção adotadas pela CE; ao trazermos estes equipamentos para o Brasil, um técnico de segurança especializado faz a validação para que estejam também de acordo com as normas locais, NR12, por exemplo”.

Mercado atual
Os entrevistados veem com otimismo o mercado atual, bem como as projeções para um futuro próximo. “Acreditamos que é um mercado que pode contar muito com esse tipo de maquinário para otimizar processos, por isso as perspectivas de melhoria no setor são muito positivas”, destaca Marti.
Baldini também comenta sobre o mercado. “Acreditamos que ainda há um grande potencial para a expansão do consumo de produtos cárneos industrializados e em especial os embutidos no país. Nas duas pontas de consumo, seja com produtos mais nobres de maior valor agregado, assim como nos mais populares com preços acessíveis. Nos produtos mais nobres, ainda temos muito a explorar promovendo uma maior diversificação da linha oferecida. Havendo aumento do poder aquisitivo da população de baixa renda, sempre há uma demanda maior por proteínas e o mercado de máquinas para industrialização de carnes está diretamente relacionado a este ciclo. É muito interessante notar a dinâmica do mercado, antes cogitavam muito a tendência da diminuição dos tamanhos dos embutidos visando atingir as famílias menores e mais pessoas morando sozinhas nas grandes cidades. Em algumas linhas, isto até ocorreu, entretanto, houve em paralelo, a popularização dos produtos em porções fatiadas nos últimos anos e para esta finalidade, alguns embutidos nas indústrias aumentaram muito de tamanho com embutidos longos, pesados, muitas vezes com mais de um metro de comprimento, para se obter uma maior produtividade e menores perdas na etapa de fatiamento”.
Saling também comenta sobre o mercado, citando o viés de cada vez mais se investir na tecnologia. “Temos percebido o aumento na procura pela automatização e modernização do processo de produção de embutidos, com foco na padronização dos produtos, melhora de produtividade e diminuição da dependência da mão de obra. Sabemos que atualmente uma das maiores dificuldades das empresas é a contratação de mão de obra, visto que o processo de embutimento manual demanda um número expressivo de funcionários. Sendo assim, a tendência é que a cada ano aumente a parcela de empresas que automatizam sua produção”.

Novidades
Para finalizar, os entrevistados falaram um pouco sobre as novidades das empresas em que atuam. “Neste ano, iniciamos a produção de laço solto para atender os pequenos produtores artesanais”, conta Saling, da Maxiclip.
“Temos o MKS, um clipper automático conectado a um stuffer com separadores que permitem a limpeza das caudas. Esta máquina tem características e condições de venda muito competitivas”, cita Marti, da Lorenzo Barroso.
“Temos um novo equipamento FCA 100.PCH para grampeamento e pendura automática de embutidos curvos ou em formato de argolas. Outro recente desenvolvimento é a nova interface (IFC) entre as grampeadoras e alguns modelos de embutideiras: Para as máquinas com controle “Safety Touch” mais automatizadas, há opcionalmente uma interface e programação de software as quais permitem uma integração perfeita com a embutideira acoplada ao equipamento. O autoajuste automático da velocidade de operação permite a otimização da produtividade máxima de ambos os equipamentos para aquele tipo de embutido específico que está sendo produzido. Além de ganhos consideráveis de produtividade (até 10% a mais de capacidade), isto permite também uma produção mais confiável, livre de erros operacionais, menos perdas de embalagens, com um menor desgaste dos equipamentos, reduzindo as despesas de manutenção”.


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