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BRASIL REFORÇA VIGILÂNCIA APÓS NOTIFICAÇÃO DE FOCO DE AFTOSA NA FRONTEIRA

BRASIL REFORÇA VIGILÂNCIA APÓS NOTIFICAÇÃO DE FOCO DE AFTOSA NA FRONTEIRA


Criado: 23 Abril 2018 | Atualizado: 23 Abril 2018
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A ocorrência está localizada cerca de 600 Km da fronteira mais próxima, no estado do Amazonas, sendo uma região de densas florestas e sem ocupação pecuária

O diretor do Departamento de Saúde Animal (DSA) do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Guilherme Marques, informou que o Mapa emitiu alerta às Superintendências Federais de Agricultura do Amazonas e de Roraima para reforçar a fiscalização e vigilância na região de fronteira internacional. O reforço foi adotado devido ao foco de aftosa registrado em 15 animais já sacrificados e provenientes da Venezuela, conforme o Instituto Colombiano Agropecuário (ICA). Marques garantiu que “a situação está sob controle e não representa risco sanitário para o Brasil. Além disso, a região já é tratada com atenção especial pelo serviço veterinário brasileiro, devido ao histórico de ocorrências da febre aftosa.
O ICA informou ainda que o confisco dos animais foi realizado em um posto de controle administrado pelo Exército, quando o gado era transportado em caminhão com destino à Tame, no departamento de Arauca, ambos localizados na Colômbia.

O ICA notificou a Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) sobre a situação, que deve alterar o status sanitário da Colômbia em relação à febre aftosa. Até agora, a Colômbia mantinha uma zona de contenção não livre da doença, devido às ocorrências no país em 2017, e o restante do país era reconhecido pela OIE como zona livre com vacinação. O departamento de Arauca está incluído dentro da zona de contenção estabelecida pelo ICA.
Em relação ao Brasil, a ocorrência está localizada cerca de 600 Km da fronteira mais próxima, no estado do Amazonas, sendo uma região de densas florestas e sem ocupação pecuária. A parte de maior importância para a sanidade animal fica na região de Pacaraima, em Roraima, cerca de 1.200 Km da região de ocorrência da doença na Colômbia.
A fronteira do Brasil com a Venezuela também é caracterizada por presença de densas florestas e áreas acidentadas, praticamente sem ocupação pecuária. Nesta região, a ocupação pecuária é muito baixa do lado venezuelano e não há histórico de focos de febre aftosa nos últimos anos. Assim mesmo, o serviço veterinário oficial do Brasil, exercido pelo Mapa e pela Agência de Defesa Agropecuária de Roraima (ADERR) atuam de forma permanente para a prevenção de ingresso da doença.
Além das estruturas de fiscalização do Mapa, a Polícia Federal, Receita Federal e ADERR fazem vigilância permanente para evitar ingressos de animais e mercadorias que possam representar riscos de veiculação de doenças. Está implantada uma zona de proteção definida pelo Mapa que conta com medidas específicas de vigilância, como: identificação individual dos animais; vacinação oficial de todo o rebanho duas vezes ao ano; vigilância ativa de propriedades; e controle do trânsito de ingresso e egresso de animais e produtos de risco.

Vacinação contra aftosa começa em 1º de maio

Produtores devem observar o calendário oficial de cada estado para aplicação

No próximo dia 1º de maio, a maioria dos estados brasileiros e o Distrito Federal começam mais uma etapa de vacinação contra febre aftosa. O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) alerta ser muito importante que o criador continue imunizando o rebanho, conforme o calendário oficial de vacinação de cada estado. O rebanho brasileiro soma 218 milhões de animais entre bovinos e búfalos.
Todo o rebanho de bovinos e búfalos, de todas as idades, deverá ser vacinado no próximo mês, com exceção dos estados do Acre, Espírito Santo e Paraná, que imunizarão apenas os animais de até 24 meses. Em novembro, a maioria dos estados vacinará os animais de até 24 meses.
A coordenadora da divisão de Febre Aftosa (Difa) do Mapa, Eliana Lara Costa, explica que o produtor deve continuar a aplicar a vacina na região da tábua do pescoço, debaixo do couro do animal (região subcutânea), observando os cuidados das boas práticas de vacinação, fundamentais para o sucesso da imunização. “O Brasil está livre da febre aftosa, mas continua sendo obrigatório vacinar os bovinos e búfalos conforme o calendário de vacinação oficial de cada estado”, reafirma Eliana Costa.

Cuidados

Para que o rebanho fique protegido contra a aftosa, os criadores devem ter os seguintes cuidados:
Comprar as vacinas somente em lojas registradas
Verificar se as vacinas estão na temperatura correta: entre 2°C e 8°C
Para transportá-las, usar uma caixa térmica, colocar três partes de gelo para uma de vacina e lacrar
Manter a vacina no gelo até o momento da aplicação
Escolher a hora mais fresca do dia e reunir o gado. Lembrar que só devem ser vacinados bovinos e búfalos
Durante a vacinação, manter a seringa e as vacinas na caixa térmica e usar agulhas novas de preferência do tamanho 15mm por 18mm, limpas
Lembrar que a higiene e a limpeza são fundamentais
Agitar o frasco antes de usar e aplicar a dosagem certa em todos os animais: 5 ml
Aplicar na tábua do pescoço, embaixo da pele, com calma
Preencher a declaração de vacinação e entregá-la no serviço veterinário oficial do estado junto com a nota fiscal de compra das vacinas.

Exportação de vacinas pode ser alternativa da indústria a partir do ano que vem

Banco Regional de Antígenos também poderá demandar parte da produção nacional

O secretário de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Luís Rangel, avalia que a exportação de vacinas, principalmente para a China, será uma alternativa de mercado para as indústrias brasileiras colocarem sua produção, quando o Brasil iniciar a retirada gradual da vacinação contra a aftosa, a partir de maio do próximo ano. As indústrias produzem cerca de 300 milhões de doses anuais de vacinas contra a aftosa. “É importante manter as fábricas desses produtos pujantes, porque elas fizeram altos investimentos para atingirem a qualidade e eficácia que têm atualmente”, completou Rangel.
O secretário explicou que falta construir um protocolo de manipulação de vírus exóticos, não autorizados no Brasil, até o momento, pelo risco biológico que oferecem. A proibição poderá acabar, pois a Comissão Sul-Americana para a Luta Contra a Febre Aftosa (Cosalfa) aponta como necessária à formação de um banco de antígenos, estratégicos para utilização em caso de reintrodução da aftosa em qualquer um dos países da América do Sul.
A instalação do Banco Regional de Antígenos/Vacinas contra a Febre Aftosa (Banvaco), apoiada pelo Brasil, também poderá demandar parte da produção nacional. Estimativas apontam que o estoque estratégico de antígenos (matéria prima da vacina) deve ser suficiente para produzir de 10 milhões a 15 milhões de doses, para atender eventuais emergências sanitárias (focos de doenças). Os Estados Unidos e o Canadá já demostraram interesse em participar da implantação do banco.


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